quinta-feira, 5 de maio de 2016

O PAÍS ESTÁ NA BANCARROTA. William Tonet



O Governo mente, sobre as reservas cambiais. Melhor, o novo meni­no, “primafa­ce” bajulador politico, cata­pultado, em tempo de crise, ao cargo de governador do Banco Nacional de Angola, Walter Filipe, que obrigou a uma reza, na primeira reu­nião interpares, mostra o grau de (ir)responsabilidade de quem o nomeou.
Um governo sério, que pre­tende reverter um quadro caótico não pode, segura­mente, menosprezar a com­petência técnica, mas quan­do isso acontece, elegendo a incompetência, por opções partidocratas, absolutamen­te, nada mais se pode espe­rar da incapacidade em con­tornar a desastrosa situação.

WILLIAM TONET
FOLHA 8

E quando o “menino-gover­nador” vem a terreiro no 18 de Abril dizer ter, apenas, o BNA, seu novo “brinquedo”, reservas cambiais avaliadas para oito (8) meses, 24 mil milhões de dólares, para importações de toda espé­cie para burilar a economia, estamos diante de mais um flagrante crime económico. O criminoso? Dizer para quê, quando o leitor o tem a mão de semear. Noutro ex­tremo surge outro caricato na economia, quem esteve na base da crise financeira, encabeça agora a reforma com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Im­pensável, noutra latitude. Nos bancos comerciais não existem divisas para as operações normais dos em­presários e, nos armazéns e supermercados, a escassez é uma imagem de marca. O BPC (Banco de Poupança e Crédito) está na falência total e quem o conseguir estabilizar, não merece um Prémio Mundial da Econo­mia, mas da Medicina, tal a patologia cancerígena deste banco, que serviu de enri­quecimento ilícito a nomen­clatura do regime.
Hoje, face à insensibilida­de presidencial, pouco me importa saber quanto rou­baram no Fundo Soberano do Petróleo, apenas o país, os cidadãos e, eu em parti­cular, quanto ainda sobrou, para ver se pode ser inves­tido nos medicamentos e materiais gastáveis para os hospitais, visando estancar a mortalidade infantil, que hoje ronda os 530 crianças mortas/dia, sem que o Pre­sidente Eduardo declare ca­lamidade sanitária, quando nem, nos cemitérios exis­tem já lugares.
Os filhos do povo morrem nos hospitais no estrangei­ro, por os parentes directos não conseguirem transferir dinheiro, enquanto os bol­seiros para evitarem a cri­minalidade e prostituição têm de regressar, com os sonhos adiados. Ficam os filhos dos que roubaram, dos que colocaram o país na bancarrota. Estes po­dem formar-se para depois continuarem a dinastia co­lonial corruptora. É a valsa da ladroagem a ditar regras de sobrevivência, bebendo sangue popular. Noutras latitudes civilizadas ouvir­-se-ia o termo: assassinos como branda designação…
Mas o bom em tudo isso, para não apanharmos trom­bose, é regozijar-nos por alguém ter, no tempo pas­sado, escrito uma grande obra, que nos transporta a paridade situacional: Ali Babá e os 40 ladrões.
A única verdade nisso, é dos responsáveis serem todos, absolutamente, todos ou do MPLA ou a ele ligados, en­tre nacionais e estrangeiros.
Nos mercados informais, o elevado preço dos pro­dutos alimentares de base, são assustadores e, face ao mau estado das estradas e ao elevado preço dos com­bustíveis, o pobre terá de se resignar a uma refeição/dia, para adquirir o abaixo dis­criminado:
Fuba de milho antes 100 a 150kz, agora 300 a 400kz
Óleo alimentar antes 200a 300kz hoje 600 a 750kz
Cebola antes uma 50kz agora uma 100kz
Coxa de frango antes 100 a 150 km agora 300 a 400kz
Tomate antes 50 a 100 kz agora 250 a 300kz
Açúcar antes era 180 a 200kz agora 400 a 500kz
Arroz antes era 150 a 200kz agora 350 a 409kz
VOLTAREMOS.

Nos hospitais não há o mais elementar: produtos ali­mentares, algodão, seringas, álcool, paracetamol, mercú­rio, água oxigenada, vacinas, etc., por não haver dinheiro para aprovisionar os stocks hospitalares.
Como consequência mais de 80 crianças morrem to­dos os dias e cerca de 27 adultos, seguem-lhe o ca­minho, não havendo, neste momento, lugares nos prin­cipais cemitérios de Luanda, havendo mesmo em muitos uma sobrepopulação devi­do à febre-amarela, malária e má-nutrição.

“Como puderam roubar tanto, meu Deus”, questio­na a velha Kiminha Dala, peixeira antiga do Merca­do dos Congolenses. Esta é a expressão máxima da desolação geral. Ninguém acredita já na política eco­nómica de José Eduardo dos Santos, salvo na sua pujan­ça de defraudar as eleições de 2017. Em democracia o voto é o mais imprevisível, mas ele já sabe que ganhará as próximas eleições e por isso sairá incólume em 2018, sem prestação de contas ao país e aos angolanos.

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Maio de 2016. O Bloco Democrático-BD está solidário com os trabalhadores angolanos



Comunicado: Bloco Democrático confirma solidariedade com as lutas dos trabalhadores angolanos - viva o 1º de Maio, dia internacional dos trabalhadores

secretariado nacional do Bloco Democrático comunicado alusivo ao dia internacional do trabalhador “1º de Maio”

O Bloco Democrático-BD vem a público confirmar a sua solidariedade para com as lutas trabalhistas que se vêm gerando no País.

O Dia Mundial do Trabalhador chega-nos precisamente na altura da aprovação de uma reforma da Lei Geral do Trabalho que choca contra a expectativa das camadas laborosas e suas organizações.

Para o Bloco Democrático-BD, as modalidades dos contratos e a instabilidade dos empregos pioram de forma crescente a situação do trabalhador em favorecimento do empregador. Em geral, desde que o Partido no Poder deixou de fingir estar empenhado na “construção de uma pátria de trabalhadores” vai ficando bem claro o seu caráter:

Ser carrasco dos trabalhadores, principalmente em cumplicidade com o “empresariado de ocasião”, nascido da própria classe governante e de seu parasitismo nos bens do Estado. O próprio Governo, enquanto empregador, situa-se entre os piores, senão vejamos:

- Acumula elevadas dívidas salariais, foge aos próprios compromissos, desencadeia ondas de repressão contra os funcionários que expressam pacificamente o seu descontentamento
- como na Huila - e põe no desemprego servidores públicos em função da sua desconfiança politico- partidária - como em Benguela.

O Bloco Democrático-BD considera que, só num quadro de mudanças políticas profundas, os interesses dos trabalhadores do País poderão ascender ao topo das prioridades.

Os factos demonstram que com a habitual política social e de trabalho do Partido governante, rapina, falsidade e repressão não combinam com justiça social.

Nos momentos que vivemos, até a limitada democracia sindical vive a ameaça da intolerância do poder instituído

O Bloco Democrático-BD dá força a todas as lutas justas promovam solidariedade e cidadania. Viva o 1º de Maio, dia mundial dos trabalhadores.

“LIBERDADE, MODERNIDADE E CIDADANIA”

SECRETARIADO NACIONAL DO BD,
EM LUANDA, 22 DE ABRIL DE 2016

O Bloco Democrático é um partido político legal, registado no Tribunal Constitucional, pelo Despacho nº 34/TC/2010, do seu Juiz Presidente, datado de 20 de Outubro de 2010. Ressalta das suas linhas programáticas, a defesa da Democracia e da Justiça Social, sendo seu objectivo maior “Fazer de Angola uma potência económica de dimensão atlântica para enriquecer os angolanos”, instaurando um regime de liberdade, num Estado Social de Direito. Nº Contribuinte 7111004035.

Escritório: Kinaxixi – R. Cónego Manuel das Neves Edificio nº 102, 5º andar, aptº nº 14 B. Cruzeiro
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