quarta-feira, 30 de abril de 2014

'Angolagate': Eduardo dos Santos terá pago milhões para "comprar um julgamento" em Paris


Num livro que estará à venda amanhã em França, lê-se que o Presidente angolano terá pago 50 milhões de dólares a um intermediário próximo do Presidente Nicolas Sarkozy para "comprar" o julgamento, em Paris, de Pierre Falcone, figura central do caso 'Angolagate'.

Daniel Ribeiro, correspondente em Paris (www.expresso.pt

O livro "La Republique des Mallettes" ("República das malinhas", edições Fayard), do jornalista Pierre Péan , descreve uma França dominada pela corrupção e pela circulação de avultadas somas de dinheiro, em "comissões ocultas", ao mais alto nível do Estado.
Segundo Péan, sulfurosos intermediários - considerados "perigosos" por Hervé Morin, ex-ministro da Defesa do Governo de François Fillon - circulam nos bastidores do Eliseu e dos principais ministérios de Paris (ler texto relacionado).
"La Republique des Mallettes", a partir de amanhã nas livrarias, relata diversos casos obscuros através sobretudo do percurso do obscuro homem de negócios francês, Alexandre Djourhi , com passado alegadamente ligado à delinquência.

"Tesouro de guerra"
No trabalho de 484 páginas, Djourhi e outros intermediários são implicados em negociações de diversos contratos militares e civis da França no estrangeiro que deram origem a avultadas "comissões ocultas".
"O objetivo destes negócios era um só: constituir um 'tesouro de guerra' para as campanhas eleitorais", escreve Péan.
No livro são acusadas de "ligações perigosas" diversas personalidades francesas de primeiro plano: do ex-presidente, Jacques Chirac, ao ex-primeiro-ministro, Dominique de Villepin, passando pelo atual presidente, Nicolas Sarkozy e o seu ex-braço-direito no Eliseu e atual ministro do Interior, Claude Guéant.

"Comprar um julgamento"
Em "La Republique das malinhas", o autor assegura que o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos , terá pago 50 milhões de dólares a Alexandre Djouhri para "comprar um julgamento" e, desse modo, libertar da prisão Pierre Falcone, figura central do caso 'Angolagate', sobre uma venda de armamento russo a Angola nos anos 1990.
Já na fase final do processo, a partir de 2008, Péan implica diretamente Claude Guéant nas fortes pressões de bastidores sobre a Justiça do seu país. Este último, então secretário-geral do Eliseu, teria mesmo jurado aos angolanos - na véspera da sentença que condenaria Pierre Falcone, a 27 de outubro de 2009, a uma pena de prisão - que ele seria libertado!
Os angolanos acreditaram piamente em Guéant e Falcone também porque, diz o autor, este último até tinha já comprado um bilhete de avião para a China, com voo marcado para a própria noite do dia da leitura da sentença!
Djouhri, que teria recebido o dinheiro de José Eduardo dos Santos contra a promessa da libertação de Pierre Falcone e teria distribuído uma parte por personalidades francesas não identificadas no livro, teria ficado furioso com a sentença e acusou Patrick Ouart, conselheiro para a Justiça de Nicolas Sarkozy, de ter manobrado nos bastidores contra a libertação de Falcone.
Pierre Péan chega a escrever que Djouhri, já no passado implicado em casos de agressões e ajustes de contas físicos, ameaçou de morte Ouart. Devido às ameaças, diz o autor, Ouart demitiu-se do cargo no Eliseu no fim de novembro de 2009.
Depois disso, assegura Péan, Claude Guéant pegou novamente no dossiê e tentou sem sucesso libertar, através de um procurador, o mandatário do Governo angolano para a compra de armamento, que tinha sido condenado por "venda ilícita de armas", "abuso de bens sociais", "fraude fiscal", "tráfico de influências ativo" e "branqueamento de capitais".
Pierre Falcone acabaria por ser libertado, em recurso, pelo Tribunal da Relação, apenas a 29 de abril de 2011, que o limpou de praticamente todas as acusações.

A ingenuidade de Eduardo dos Santos
Mas, neste capítulo do 'Angolagate', Pierre Péan garante que Nicolas Sarkozy também tentou tudo para contentar os pedidos insistentes de Eduardo dos Santos para a libertação de Falcone e a retirada das acusações de tráfico de armas contra Angola.
Péan sublinha que o 'Angolagate' estava a criar graves problemas aos negócios franceses em Angola e que Nicolas Sarkozy enviou durante o processo judicial emissários a Luanda para tranquilizar José Eduardo dos Santos e lhe prometer que "a página do passado estava definitivamente virada".
Mas, do relato, sobressai o que Péan sugere ser uma grande ingenuidade de Eduardo dos Santos - Djouhri tê-lo-ia convencido que, "com muito dinheiro", estaria em condições de controlar a Justiça e impedir que Pierre Falcone fosse preso!
A leitura do autor do livro é que o Presidente angolano acreditou nas promessas do intermediário porque ele era "apadrinhado" por Claude Guéant. "Para o Presidente angolano quem diz Claude Guéant, diz Nicolas Sarkozy", escreve Péan.
O autor diz que a maior parte do dinheiro pago por José Eduardo dos Santos a Alexandre Djouhri foi parar a contas em Hong-Kong ou Genebra. "Apenas cinco milhões teriam chegado em notas a Paris através de um avião da Sonangol, a companhia petrolífera angolana, e teriam sido distribuídos a destinatários que as informações oficiosas não designam", lê-se em "La République des mallettes".

Mais habitantes da Ilha de Luanda ameaçados de expulsão


Activista lamenta política "musculada" e situação "lastimável"

Manuel José
VOA

O Ponto Final na Ilha de Luanda é uma zona nobre junto ao mar e os habitantes daquela zona foram surpreendidos quando convidados a abandonar as suas casas, para serem demolidas e dar lugar a um projecto que os próprios moradores desconhecem.
"Não sabemos o que querem fazer aí, eles vedaram com chapas aquilo tudo, parece ser destes brancos privados aí", disse um dos moradores.

Um dos elementos das dez famílias que foram convidadas a abandonar as casas, disse que receberam uma proposta para um outro local que não agradou os moradores.

"Tinham-nos dado umas chaves fomos lá ver as casas no Zango 4 lá mesmo nos fundos, aquelas são casas de esferovites sem condições nenhumas então devolvemos as chaves", desabafou.

Noutra zona no Zango 1, mais de 50 famílias oriundas da Ilha de Luanda há mais de quatro anos que aguardam pelas casas prometidas pelo Governo, fartaram-se de morar em casas de chapas e resolveram fazer uma manifestação junto a administração local, exigindo as suas casas.

A Voz da América tentou sem sucesso ouvir algum responsável do Governo.

O vice coordenador da direcção da SOS Habitat, André Augusto, caracterizou a situação de lastimável.

"Infelizmente continuamos a ver atitudes musculadas contra cidadãos indefesos”, disse afirmando que as pessoas são levadas “de um lugar para o outro sem o mínimo de condições”.

“A situação é mesmo lastimável pois o Governo continua sempre com a sua política musculada mas nós vamos continuar a trabalhar a denunciar, para demover o Governo destas práticas," acrescentou.

André Augusto conta um caso que considera dramático, de várias famílias que foram atiradas à sua sorte em tendas.

"Temos uma comunidade que veio da Chicala 2 e do Quilombo na Ilha. Foram colocadas em tendas na Quissama a 126 quilómetros de Luanda numa zona sem condições de habitabilidade”, contou.

“São mais de 30 tendas com mais de 25 famílias em cada tenda uma", acrescentou.

Geração " nem nem" não é só no Brasil e as causas do aumento do fenômeno são diversas.


Jovens desinteressados em procurar trabalho devido à falta de qualificação profissional e que não investem na formação porque também não são atraídos pela escola. Esse é o perfil da chamada “geração nem nem”, que inclui jovens de 15 a 24 anos que não trabalham nem estudam.
Um estudo divulgado no dia 13 de fevereiro pela OIT (Organização Internacional do Trabalho) apontou que 21,8 milhões dos jovens latino-americanos se enquadram nesse perfil. Pesquisa anterior da OIT, já apontava que, de 2007 a 2012, o fenômeno cresceu em 30 países.
Mas se engana quem pensa que estamos falando de um fenômeno novo. Esse perfil de jovens já é tema de estudos da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) desde o final dos anos 1990. Para cada país o motivo do crescimento desse perfil de jovens varia. Alguns têm raízes culturais, em outros são reflexos de cenários econômicos e políticos, ou sociais, como falta de oportunidades e a chegada de filhos, um dos pontos que faz das mulheres entre 15 e 24 anos maioria entre os “nem nem”.
O que se nota hoje é um aumento desse fenômeno. Em Portugal esses jovens são quase meio milhão. Na Irlanda e na Espanha, 20% dos jovens estão nessa condição, taxa considerada “preocupante” pela OIT. O Brasil está a um passo de entrar na mesma categoria, com 19% de jovens com esse perfil, segundo a OIT.
Bibliografia: Bibliografia
Juventude, trabalho e desenvolvimento: elementos para uma agenda de investigação (2013), de Adalberto Cardoso, da IESP-UERJ
Juventude em tempos de incertezas: enfrentando desafios na educação e no trabalho (2013), de Dirce Maria Falcone Garcia
Juventude e Elos com o Mundo do Trabalho - Retratos e Desafios (2013), de Alexandre B. Soares

Cidadãos guineenses encontrados mortos em esquadras da polícia em Angola


Liga Guineense dos Direitos Humanos pede às autoridades angolanas a abertura de inquéritos transparentes, com carácter de urgência, visando o esclarecimento dos casos referidos.

Alvaro Ludgero Andrade
VOA

Dois dos três cidadãos guineenses desaparecidos em Angola foram encontrados mortos dentro das instalações da polícia. O primeiro foi espancado e o segundo continua por se conhecer as causas da morte.
A denúncia foi feita há pouco mais de um mês pela Liga Guineense dos Direitos Humanos através de uma carta aberta ao Procurador-Geral da República de Angola que, até agora, não foi respondida.

Entretanto, soube-se posteriormente que o cidadão António Maurício Bernardo foi encontrado morto numa das celas na 23ª esquadra da Polícia Nacional de Angola a 19 de Março. As autoridades angolanas também não informaram os familiares sobre as causas do espancamento e morte.

Agora, foi a família de um segundo desaparecido a informar que o mesmo apareceu morto noutra esquadra da polícia.

Segundo o presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos Luís Vaz Martins, o engenheiro Mamadu Bobo Baldé, que residia em Portugal, e fazia prospecção de petróleo em Angola, entrou com passaporte português em Angola.

"Ao ir fazer o registo como estrangeiro com documentos guineenses, ele foi presos e dias depois apareceu morto numa esquadra da polícia", conta Martins.

Agora, a família e a Liga Guineense dos Direitos Humanos querem fazer autópsia para conhece as causas da morte.

Entretanto, o corpo de Baldé que era esperado esta madrugada em Bissau foi para Conakry, alegadamente por erro da companhia aérea, sendo esperado amanhã na capital guineense.

Em Angola, continua ainda desaparecida desde Julho de 2012 a jornalista guineense Ana Pereira, conhecida por Milocas,  Luiz Vaz Martins, confirma o silêncio tanto das autoridades guineenses como angolanas.

Martins disse à Voz da América que a Liga Guineense dos Direitos Humanos continua a pedir às autoridades angolanas para abrirem com caracter de urgência, inquéritos transparentes com vista ao esclarecimento dos casos referidos

o pai do zecutivo proibiu-me de entrar no face e mandou eliminar a minha página à frente dele.




Ontem um parente disse que não viu o aviso do irmão que está internado em uma das clínicas de Luanda, isso no meio de uma conversa, porque no serviço não é possível acessar as redes sociais... E, eu perguntei, em que instituição era, e lá o meu parente disse: BCI. Não é o primeiro caso, uns dizem que os funcionários perdem muito tempo nas redes, mas eu garanto que das redes saca-se muita informação, e estamos sempre bem informados. Adiante, cruzei há dias com uma "parenta" cujo local habitué de encontro era aqui, no face, como ela anda sumida dessas bandas, foi das primeiras questões a colocar: então sobrinha andas sumida. Ela atira: o pai- do zecutivo, proibiu-me de entrar no face, e mandou eliminar a minha página à frente dele. Agora só estou no Instragran... E, eu: até ver, né? O estranho é que todos os dias, entra um novo membro do zecutivo no face... Qual é o medo afinal? Tchau, bazei
Ana Margoso. Facebook