quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

"Zungueiras continuam a ser perseguidas


A exitências de tantas vendedoras é o resultado da má política do governo, diz deputada da UNITA

Manuel José VOA

A violência contra as vendedoras de rua em Luanda, conhecidas como “zungueiras”, continua
O jurista e professor da disciplina de Justiça Social da Universidade Católica de Angola Manuel Correia disse ter testemunhado mais um caso de brutalidade policial contra zungueiras.

"Eu vejo uma senhora com uma velocidade, com seus haveres na bacia a correr e atrás dela, 3 homens apanharam a senhora e agrediram-na," disse
Indignado o professor aproximou-se de um agente policial para inquirir o que se passava.

"Eu ainda fui ter com senhor agente da polícia, para perguntar se tinha coração de pessoa ou de cão, " disse

"E o senhor disse que tinha coração de pessoa, mas eu disse que uma pessoa não se comporta daquela maneira," acrescentou

O especialista em Justiça Social diz recusar terminantemente o adjectivo atribuído às comerciantes ambulantes.

"Aquela senhora que chamamos zungueira, nome que não concordo, por ser um nome humilhante, não tem condições sociais, justiça, ano tem alternativa para poder viver melhor," acrescentou

O docente universitário concluiu que desta forma a justiça social vai continuar distante da nossa realidade.

Tanto é que a parlamentar pela bancada da UNITA, Albertina Navemba Ngolo acredita que as políticas equivocadas do executivo è que deram origem a quantidade de zungueiras.

"As zungueiras, estas senhoras que vendem que procuram dia-a-dia o pão pra seus filhos, são consequência das más politicas do executivo," disse a deputado que aconselhou o executivo angolano a resolver o problema pelas causas e nunca pelas consequências.

Albertina Ngolo "O executivo nao ataca as causas deste fen'omeno, vai atacando as senhoras, a policia vai batendo as pessoas, recebendo os produtos delas e fica-se por isto mesmo"

Assunto zungueiras continua a ser um problema para a capital do pa'is. De onde vos fala para a VOA, Manuel Jos'e

SOS Habitat protesta contra demolições no Cacuaco


Organização pede audiência ao presidente da Assembleia Nacional

Redacção VOA

A organização não governamental SOS Habitat apresentou queixa á Assembleia Nacional sobre os últimos despejos nos arredores de Luanda que deixaram milhares de pessoas ao relento.
Rafael Morais, dessa organização, Human Rights Watch,  disse as ultimas demolições no Cacuaco, tinham violado “ de certa maneira os direitos das pessoas”.

“As pessoas no Cacuaco foram levadas para um lugar baldio sem nenhuma condição,” disse Morais que acrescentou que a sua organização tinha pedido uma audiência ao presidente do parlamento para discutir a questão.

As demolições no Cacuaco provocaram protestos de várias entidades entre as quais do dirigente da Open Society que no programa Angola fala Só se mostrou indignado com o que se tinha passado.

A organização de direitos humanos, Human Rights Watch emitiu também um comunicado relatando o acontecimento e um posterior incidente em que agentes da polícia actuaram para impedir uma delegação da UNITA de se avistar com os desalojados.

Rafael Morais disse que à Voz da América que as constatações da Human Rights Watch traduzem a realidade dos factos que ocorrem diariamente em Angola.

Central sindical angolana queixa-se de perseguições


Acções intimidatórias dão.-se por todo o país, diz líder da CGSILA

Coque Mukuta VOA

A Central Geral de Sindicatos Independentes e Livres de Angola (CGSILA), , acusou terça-feira as autoridades  angolanas de estarem a "perseguir" e "coagir" às suas actividades.
O presidente desse sindicato, Adelino Miguel, disse que a sua central sindical se vai queixar a organizações internacionais sobre essas perseguições que ocorrem por todo o país.

Miguel queixou-se de manobras de intimidação com o envio de aparato policial para impedir greves ou outras acções dos sindicatos.

“Temos casos em Luanda, temos casos no Bié, temos casos na Huíla, no Namibe e em outros sítios,” disse.

“Todas essas acções são coordenadas para desencorajar as nossas actividades, para nos criarem dificuldades,” acrescentou

Governador de Benguela deve demitir-se - CASA CE


Cortes cosntantes de electricidade mostram que governador é "incompetente", diz delegado da CASA

António Capalandanda VOA

CASA-CE exigiu a demissão do governador de Benguela que acusou de “incompetência” .
Florêncio Kajamba, secretário provincial da CASA-CE em Benguela que falava a Voz da América,  margem da conferência provincial que elegeu os delegados ao Congresso Extraordinário daquela formação política`, reagia assim aos constantes cortes de energia eléctrica na província e a falta de resposta eficaz por parte da empresa estatal de electricidade.

“Isso demostra a incompetência do executivo de Benguela. Isso demostra que o governo do MPLA é incapaz,” disse.

Para aquele dirigente político, a incompetência do governador de Benguela é reflexo do fracasso da governação do MPLA em Angola cuja solução passa pela saída do partido no poder.

“Esse governo não funciona e a solução é retiramos esse governo do poder,” disse aquele líder político, acrescentando que “ precisamos mesmo da mudança, a mudança é urgente e deve ser protagonizada por todos angolanos”.

Kajamba defendeu ainda a realização de eleições livres, justas e transparentes como uma das forma para alternância do poder e as manifestações como via para fazer avançar a democracia e os direitos humanos.

O representante da CASA CE acusou o MPLA de nunca ter cumprido com as suas promessas eleitorais sendo por isso manifestações públicas um meio de pressionar o governo a respeita-las.

“ O povo tem um recurso que são as manifestações para exigir que o governo eleito cumpra com aquilo que prometeu e o governo não prometeu fazer sofrer o povo,” disse.

A conferência provincial de Benguela elegeu 27 delegados ao Congresso Extraordinário de Abril em Luanda. Os conferencistas concluíram que a CASA-CE deve transformar-se num partido político e que o futuro presidente seja eleito pelos delegados neste congresso.
Imagem: Sede da administração da cidade de Benguela

Viúva de Agostinho Neto julgada por difamação


O julgamento da viúva do antigo Presidente angolano Agostinho Neto, Maria Eugénia Neto, acusada de difamação, deve começar na quarta-feira em Lisboa, disse à Lusa a autora da queixa-crime, Dalila Cabrita Mateus.
Co-autora do livro "Purga em Angola", Dalila Mateus apresentou uma queixa-crime por difamação contra a viúva de Agostinho Neto por declarações que esta fez à revista "Única" do jornal Expresso em 2008.
Contactada pela Lusa por telefone, Maria Eugénia Silva Neto, que está em Luanda, afirmou que não vai deslocar-se a Lisboa para o julgamento, por motivos de saúde.
O livro em causa (de que é também autor Álvaro Mateus) foi publicado em 2007 e refere-se a acontecimentos ocorridos no dia 27 de maio de 1977 e nos anos que se seguiram à contestação interna liderada por Nito Alves contra o rumo que o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) então seguia.
"Agostinho Neto, então Presidente da República, deu o tiro de partida na corrida do terror (...). Fê-lo ao declarar perante as câmaras de televisão, que não iriam perder tempo com julgamentos", escreveu Dalila Mateus numa carta aberta de novembro de 2011, quando o julgamento da viúva de Agostinho Neto foi adiado.
Segundo a autora, com base em vários testemunhos, tudo leva a crer que 30 mil pessoas "foram sumariamente fuziladas" na altura.
Na entrevista ao Expresso, em janeiro de 2008, a viúva de Agostinho Neto disse, referindo-se à autora do livro, "essa senhora é desonesta e mentirosa".
A investigadora, professora de História, decidiu apresentar queixa, alegando sentir-se difamada e ter visto o seu trabalho posto em causa.
Dalila Mateus disse à Lusa que o julgamento foi adiado em 2011 pelo facto de as testemunhas arroladas pela arguida para serem ouvidas em Angola por carta rogatória não o terem sido até essa data.
O ex-presidente da República Ramalho Eanes é uma das testemunhas da defesa, devendo prestar depoimento por escrito.
Entre as testemunhas arroladas por Dalila Mateus estão os jornalistas Cândida Pinto e José Pedro Castanheira, que entrevistaram a viúva de Agostinho Neto para o Expresso, o historiador Fernando Rosas e dois presos do 27 de maio.
As testemunhas devem ser ouvidas ao longo de várias sessões, até março, no Tribunal Criminal de Lisboa.
Maria Eugénia Neto recusou-se a fazer quaisquer comentários sobre o processo e Dalila Mateus afirmou que confia na justiça portuguesa "e na independência do poder judicial".
LUSA
ANGOLA24HORAS.COM