quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Lucas Ngonda criticou a prática do MPLA de vender cerveja a preços baixos para atrair a juventude aos seus comícios


O modelo de governação de Angola é baseado na corrupção

– Lucas Ngonda, presidente da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), em diálogo com os ouvistes da Voz da América

“Gasosa (refresco) é o modelo de governação de Angola”

Pretória (Canalmoz) – O modelo de governação de Angola é baseado na corrupção, disse o presidente da Frente Nacional de Libertação de Angola, FNLA, Lucas Ngonda quando dialogava com os ouvintes no programa Angola Fala Só, da Voz da América, em que foram abordadas diversas questões desde a corrupção, as divisões dentro da FNLA e o problema dos veteranos de guerra que foram esquecidos pelo Estado.
A corrupção existente a todos os níveis de Angola foi uma das questões mais abordadas pelos ouvintes que dialogaram com o líder da FNLA aos microfones da Voz da América (VOA).
O ouvinte André Sukoka abordou, como exemplo, a corrupção a nível das escolas onde os estudantes ou seus familiares são obrigados a pagar “gasosa” (NR: Termo similar usa-se em Moçambique: Refresco) para terem notas positivas.
Lucas Ngonda disse ser um facto que a corrupção “impera” em Angola e que isso se deve ao facto do “modelo de governação ser baseado na corrupção”.
“A gasosa é o modelo de governação,” disse o dirigente da FNLA que em resposta a uma outra pergunta do mesmo ouvinte, criticou a prática do MPLA de vender cerveja a preços baixos para atrair a juventude aos seus comícios. “Isso é um crime,” concluiu Ngola Kabango. “A nossa juventude não deve ser preparada para a bebida, deve ser preparada o seu futuro,” acrescentou.
Vários ouvintes abordaram também a questão dos veteranos de guerra que foram esquecidos pelas autoridades e que, segundo disseram alguns deles, “ vivem na miséria e são obrigados a pedir esmola”.
O dirigente da FNLA disse que o seu partido tenciona fazer “um combate permanente para que as promessas do governo sejam resolvidas”.
Dois ouvintes quiseram saber dos problemas internos que abalaram o FNLA e de que resultaram duas facções a reivindicarem a liderança do partido.
“Já não existem alas na FNLA,” disse Lucas Ngonda que reconheceu ter havido “problemas” mas isso “foi ultrapassado”.
Lucas Ngonda disse que uma “comissão de harmonização” tinha sido criada para ouvir todos militantes e levar em conta as suas preocupações.
“Hoje há um único partido,” disse Lucas Ngonda que qualificou militantes ou dirigentes que reclamam ser uma outra ala do partido como sendo apenas representativos de “pretensões” ou de serem “impostores”.
Um dos ouvintes mostrou-se particularmente irritado com o facto de Lucas Ngonda ter assumido a liderança do partido, acusando-o de ter lutado pelo colonialismo contra os nacionalistas angolanos e de ser falsa a sua declaração de honrar a memória do primeiro líder do partido Holden Roberto.
O dirigente da FNLA respondeu afirmando que muitos dos generais das forças armadas angolanas tinham sido oficiais no exército colonial português e atribuiu as acusações emocionadas do ouvinte a “frustração”.
Lucas Ngonda criticou também o facto do presidente da República ser também o presidente do MPLA afirmando que na sua opinião o presidente da República deveria abandonar o seu cargo partidário.
O presidente deve ser presidente de todos os angolanos, disse fazendo notar que com o actual sistema “tudo fica confundido ” entre os interesses do partido e do Estado. (Redacção / VOA)

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