sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Polícia trava com detenções a vigília dos “jovens revolucionários” (Actualização)


Luanda – Mais de 20 jovens “revolucionários” que se preparavam, na tarde desta quinta-feira, 20, em Luanda, para realizar uma vigília de protesto defronte as sedes das formações políticas da oposição, nomeadamente, UNITA, CASA-CE e PRS, foram detidos – e alguns espancados sem qualquer justificação – pelos efectivos da polícia nacional, soube o Club-K junto de uma fonte dos mesmos.

Fonte: Club-k.net
Dentre os detidos constam nomes de Luaty Beirão, Adolfo Campos, Explosivo Mental, Hugo Kalungo, Rosa Mendes (filha do advogado David Mendes), Tuca, Pedrowsky Teca, Jang Nomada, Hermenegildo Dias da Costa, Garciano Bianco e Manuel Nito Alves. 

Os detidos pretendiam realizar uma vigília de protesto no sentido de pressionar os deputados das formações políticas acima citadas a não tomarem posse na próxima legislatura que, possivelmente, arranca no mês de Outubro, tendo em conta as inúmeras irregularidades detectadas durante, e após, no decorrer do processo eleitoral.
Para a detenção dos “vigilantes” a polícia terá apresentado um documento forjado, do ano transacto, alegando que Governo Provincial de Luanda escusou-se autorizar a realização do acto. “Razão pela qual foram levados para as esquadras”, contou a nossa fonte.

Finalmente após largas horas de detenção na 12ª Esquadra, localizado no município do Cazenga, a polícia decidiu soltar os vigilantes nomeadamente, Adolfo António, Adolfo Campos, Belo Morete, Hugo Calumbo, Jang Nómada, Luaty Beirão, Explosivo Mental, Pedrowski Teca, Rosa Mendes e Rui Tukayana. Mas antes disso, um dos efectivos que, frequentemente, recebia ordens – por telefone – do comandante Eduardo Diogo, da divisão de Maianga, disse aos mesmos que devíam, puro e simplesmente, ser fuzilados.

Contrariamente ao habitual, desta vez os manifestantes afirmaram terem sido tratados com dignidade e não terem sido colocados em celas, como inicialmente os agentes exigiam. “Mantiveram-nos numa sala de reuniões e passaram por nós vários investigadores, de vários escalões, que nos queriam interrogar separadamente, mas não tínhamos nada a dizer”, afirmou Hugo Calumbo.

Os efectivos da Polícia Nacional recolheram todos os telefones dos manifestantes e o iPad de Rosa Mendes, processaram a informação e colocaram uma palavra passe na sua propriedade, segundo denunciaram os detidos. No acto de soltura, os manifestantes receberam os seus haveres. “A polícia bloqueou o meu iPad, não tenho acesso ao mesmo. Disseram-me que me avisariam quando poderiam devolver o i-pad”, disse Rosa Mendes.

No entanto, segundo o conhecido advogado David Mendes, pai de Rosa Mendes, os oficiais de serviço na 12ª Esquadra recusaram-se a assumir a detenção dos jovens. “Disseram-me que os jovens foram levados, de um município para outro, apenas para serem informados de que a vigília estava proibida e nada mais”, contou David Mendes.

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