sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Mausoléu de Neto custou perto de um bilião de dólares




Luanda -  O destaque que mereceu a cerimónia da inauguração do mausoléu, onde repousam os restos mortais do primeiro Presidente de Angola independente, António Agostinho Neto, deve ser doravante extensivo aos membros da sua família.

*D.F
Fonte: NJ Club-k.net
Segundo algumas opiniões recolhidas pelo Novo Jornal, nos últimos tempos, Agostinho Neto é lembrado quando se aproxima o 17 de Setembro, dia do Herói Nacional, mas isso só não chega. “Agostinho Neto, pai da Nação angolana, deve ser lembrado a cada hora, a cada minuto”, diz o ancião Ramos Cordeiro, natural da comuna de Calomboloca, município de Icolo e Bengo, agora a residir no bairro Golfe

II. Segundo este ancião, nos últimos  tempos pouco se fala de Neto, salvo no dia do seu aniversário, e “pouco se ouve falar da sua família”. O professor primário da localidade de Bom Jesus, António de Almeida, está satisfeito com as actividades levadas a cabo pela Fundação Doutor António Agostinho Neto. “O surgimento desta fundação veio dar realce à figura do primeiro Presidente de Angola”, reconhece este professor.

Há oito anos, o nacionalista Mendes de Carvalho reconheceu, em declarações à Ecclesia, que Agostinho Neto morreu pobre. Segundo o ex-deputado à Assembleia Nacional, quando Neto morreu, a 10 de Setembro de 1979, em Moscovo, a sua conta bancária estava quase a zero.

“Deixou 200 Kwanzas do seu salário no banco”, desabafou Mendes de Carvalho, vincando que Neto morreu “paupérimo”, tendo chegado a confidenciar-lhe o que se devia fazer para ajudar a família dele em caso de miséria e abandono por todos. “Que vendam as medalhas, aquelas que têm sido oferecidas ao camarada Presidente, vendam tudo isto e dá para sobreviver alguns anos”, disse-lhe Neto.

Para o enfermeiro Januário Mestre, a Fundação e a família de Neto, dado os seus feitos, “devem usufruir condignamente das riquezas” deste país.

“Neto sofreu. Acho que os seus ente queridos devem ser dignificados com os frutos da independência”, defendeu o enfermeiro, que conheceu muito bem Agostinho Neto.

A construção do Mausoléu de Neto iniciou-se em 1981, após uma interrupção de vários anos. Uma fonte ligado ao GRN confidenciou ao Novo Jornal que as obras prosseguiram em 2005 e terão custado aos cofres do Estado perto de um bilião de dólares.

Situado na Praia do Bispo, ou na Nova Marginal de Luanda, o Mausoléu tem um edifício com uma torre de 120 metros de altura, um enorme espaço com jardins e lugares de lazer. As obras de reabilitação iniciaramse em 2005, com a recuperação da estrutura de betão armado do edifício e a execução de toda a arquitectura.

As salas de exposições, de conferências e de formação profissional situam- se nas alas direita e esquerda. Na parte frontal há uma pista para desfiles e uma tribuna, rodeada de bancadas com dois mil lugares. Completam o projecto equipamentos técnicos, designadamente três geradores, um tanque com reservatório de água de mil litros, um sistema de gestão centralizado do ar condicionado, outro de CCTV, e um terceiro de som ambiente para todos os compartimentos e três elevadores.


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