sábado, 7 de julho de 2012

Nova Gazeta: Direito de resposta



Luanda - A Administração da GEM Angola Global Media, Lda, empresa proprietária do jornal Nova Gazeta, vem, por esta via, submeter o direito de resposta a propósito da matéria divulgada no site do Club K, com o títuto "Gazeta, o novo jornal do Zenu", no dia 2 de Julho de 2012.

Fonte: Club-k.net/Nova Gazeta
Estimados amigos e leitores do CK, antes de mais, permitam-nos a breve apresentação: somos Evaristo Mulaza, director geral do jornal Nova Gazeta, e Geralda Embaló, directora geral adjunta. Como sabem os que nos conhecem, não faz parte da nossa forma de estar, pessoal e profissional, dar resposta aos diferentes textos do Club K que têm de alguma forma visado os projectos em que nos inserimos. Somos jornalistas e percebemos a lógica de sustento dos diferentes meios. Abrimos, no entanto, aqui uma excepção por dois motivos: primeiro, por nos termos definitivamente convencido que os internautas que passam por esta página, à semelhança dos leitores do Nova Gazeta, merecem todo o respeito e acesso a informação fidedigna, e segundo, porque merecem defesa os profissionais desta casa, que se têm esforçado para fazer um produto com valores e ideais que são postos em causa pelo conteúdo do texto do Club K. Passemos por tudo isto aos factos, que são apresentados no texto:

1. O CK escreve, na matéria intitulada “Gazeta, o novo jornal de Zenú”, que o chefe de redacção (oriundo de Portugal) ganha cerca de 10 mil dólares por mês! Ora, o Emídio Fernando é, de facto, um jornalista e escritor angolano que, à semelhança de muitos, teve de deixar o país cedo para Portugal, onde se formou e fez carreira, com distinção, diga-se.
Muito embora acreditemos, enquanto empresa, que o Emídio, como jornalista, como formador e editor executivo, valha bem isso, a informação de que o salário dele é de 10 mil USD é falsa. Quisemos criar uma empresa sustentável e, como tal, os salários foram definidos com uma lógica de contenção e de crescimento paulatino.

2. O CK escreve que recentemente ocorreu um caso de censura que motivou o abandono de um jornalista e, por via disso, decidiu-se pela instalação de câmaras para vigiar os jornalistas. O único profissional que saiu da empresa fê-lo em circunstâncias que em absolutamente nada têm a ver com censura. O jornalista em causa saiu porque se viu com dificuldades de conciliar as tarefas no jornal com as suas demais responsabilidades. Nunca nenhum profissional se viu vítima de censura no Nova Gazeta. A administração da empresa é composta por jornalistas,  que conhecem e respeitam o código deontológico e que são, por natureza profissional, avessos a tais práticas. Quanto a “câmaras para controlar jornalistas”, só podemos explicar que as duas câmaras instaladas na frente do edifício cumprem os desígnios de segurança da maioria dos escritórios da cidade (e do mundo). O equipamento nas instalações assim o dita, não uma necessidade absurda de “controlo de jornalistas”...

3. O CK diz que a GEM Angola Global Media é uma holding cujos sócios são dois cidadãos que atendem pelos nomes de Filomeno dos Santos e Mirco Martins. Os criadores e mentores do projecto Nova Gazeta e da GEM que o tutela, nós, Evaristo Mulaza e Geralda Embaló, elaborámo-lo com base na nossa observação do mercado, e principalmente da observação que a maior parte da população do país é jovem, entretanto não tinha até aqui nenhum produto editorial a si dirigido. Vale aqui explicar também que, para além da lógica comercial, o jornal é gratuito porque, como é norma em todo o mundo, o público alvo a que nos destinamos não tem, de uma forma geral, hábitos de compra de jornais. Não fazem parte dos accionistas ou financiadores nenhum dos outros nomes mencionados no texto do CK, no entanto, podemos atestar, porque disso somos prova, a relativa facilidade com que se tem acesso a financiamentos, de privados e de instituições bancárias, quando se tem projectos com viabilidade económica comprovada, e que prometem emprego e valor acrescentado para o país, (e digo para o país porque o NG já chega a seis províncias).

4. Caros internautas, jornais gratuitos existem hoje em quase todo o mundo, e por uma razão apenas – porque o modelo de negócio funciona! A gratuitidade e a elevada tiragem, (no caso do NG, 50 mil exemplares por agora), justificam-se pela aposta exclusiva nas receitas da publicidade, que, de resto, em todos os projectos de media do mundo, já se tornou sustentáculo primário. Em abono da verdade, o perfil editorial que estes jornais apresentam, geralmente, está abaixo do nível do Nova Gazeta. A diferença foi propositada, por razões de contexto que se prendem com as necessidades do público alvo do NG, mas também por razões de negócio já justificadas com a estrutura demográfica do país (maioritariamente jovem). Ao contrário do que se possa imaginar, estes projectos podem ser altamente sustentáveis, dependendo somente da qualidade da gestão que se lhes confere. Os suecos, ingleses, portugueses, brasileiros, ou sul-africanos têm bons exemplos em relação a esta matéria.

O NG é um projecto sério, os seus mentores e colaboradores são jovens angolanos e a empresa já criou mais de 30 postos de trabalho directos e cerca de 100 indirectos, todos angolanos. Por todos os colaboradores que vestem apaixonadamente as t-shirts do Nova Gazeta, com orgulho de participar num projecto positivo e pedagógico, este esclarecimento é merecido. O país está a crescer e com esse crescimento crescem também as oportunidades. Para os mais cépticos pedimos apenas que, antes de colocarem em causa a credibilidade do NG, o leiam. São bem vindos todos os comentários e críticas a propósito na nossa página do Facebook (jornal Nova Gazeta) e no correio do jornal (novagazetadirector@gmail.com), porque o nosso objectivo é crescer também com as críticas construtivas dos nossos leitores.

Agradecemos a oportunidade de resposta.
Evaristo Mulaza e Geralda Embaló

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