quarta-feira, 11 de julho de 2012

Apoio a JES causa ruptura nas Igrejas Evangélicas


Lisboa -  Instalou-se entre  pastores  das Igreja Evangélica Sinodal de Angola (IESA), no sul do país,  um colectivo  sentimento de  instabilidade  e ruptura  por efeito de uma notada  aproximação do  seu líder  Diniz  Marcolino Eurico ao MPLA, traduzida no  apoio político  a José Eduardo dos Santos (JES).

Fonte: Club-k.net
Numa correspondência, que circula,  no seio dos   pastores  opostos   as alianças partidárias  do líder religioso  alegam   que   “as coisas por esta altura têm tendência a complicar-se”, numa alusão ao período eleitoral que se aproxima mas também antecedida com o episodio de cartões   eleitorais   dos crentes da IESA que teria sido desviados para subscrição da candidatura de JES.

As contestações  avolumaram-se  pela forma como o  presidente da  IESA, Diniz  Eurico passou a relacionar-se  com o poder político de forma subserviente razão pela qual os seus opositores alegam que o “ambiente está pesado”

De acordo com registro, a  aproximação do líder religioso ao  regime  começou  a  ganhar  novo formato desde Março de 2011, por altura em que o MPLA realizou uma “marcha da paz” para contrapor  uma  outra manifestação convocada por anônimos. A marcha do partido no poder    coincidiu  com uma  actividade  da Igreja  mas entretanto  o  reverendo Diniz  Eurico  suspendeu, a acto religioso   para de seguida  dispensar os jovens  da sua congregação para irem  a actividade do  MPLA. O  sucedido criou mal estar na Igreja dando lugar a outros episódios menos   bom que terão contribuído  para  reputação “partidária”  desta  congregação religiosa.

O pendor partidário que se atribui ao  Pastor Dinis Marcolino alastrou ainda mais por ter feito uma  palestra  no  Comité Provincial do  MPLA  da Huila   em que estiveram como convidados elementos da Casa Militar da Presidência da República.


A principal opositora   da  “alianças política”  da IESA  é  a   ICESA - Igreja Cristã Evangélica Solidária em Angola que  é uma congregação de    dissidentes .  Há algumas semanas atrás,  a ICESA,  marcou uma actividade  de vulto regional  no  Lubango para  o dia 23 de Junho, porem  depois de tudo mobilizado com salas alugadas e alojamentos dos crentes feito, no dia da realização da actividade,  a liderança da igreja  recebeu  uma comunicação do Administrador Municipal do Lubango Silvano Levi  dizendo que aquela igreja não  tinha sido autorizada  a utilizar  o  pavilhão desportivo  Multiuso  da Senhora do Monte.  No seguimento de um  diálogo  entre as chefias da ICESA e o administrador ficou-se a saber que as autoridades receberam   instruções do  Presidente  da IESA, Deniz Marcolino Eurico   para impedir a realização da actividade religiosa da congregação rival.

O poder que a IESA, de Deniz Marcolino Eurico   passou a ter na região sul do país é agora notado na facilidade que o mesmo teve no lançamento de uma instituição de ensino superior, a Universidade Evangélica Sinodal de Angola.

Fundada em  1897, na área de Kaluquembe-Huila, por  um missionário de nacionalidade suíça Heli Chateilain, a  IESA afirma-se com um dos braços dos  evangélicos mais importantes e influentes  no sul de angola.  A sua dissidente, a ICESA tem como base social Benguela concretamente o eixo da Ganda e Cubal.

Caso IECA

A crise que se verifica IESA quanto as ligações ao regime é verificada noutras congregações religiosa com certa influencia no sul do país.  A IECA – Igreja Evangélica Congregacional de Angola  é citada como estando a viver  uma  “crise”  idêntica que terá  precipitado a saída de uma corrente de  pastores “oposicionista” a subtiliza ao regime do MPLA.

Há  um  de Julho, por ocasião da celebração do jubileu da missão da Chissamba no Bié,  o secretário-geral da IECA,  reverendo Augusto Chipesse,  chegou a dizer que   “era preciso recuperar o espírito de Agostinho Neto”. As palavras do  líder religioso  reativaram antigas suspeitas de que  estaria em colagem com o regime, não obstante a sua condição de membro do Conselho da República.

As  referidas suspeitas quanto aos  pastores da   IECA  é apoiada   no protagonismo  que os seus líderes locais  tem  se revelado junto as comunidades. Na província do  Namibe, um pastor identificado como  irmão Kanguenha tem sido criticado por  ter adoptado  um discurso com excesso de carga política, num acto em que esteve presente a  Vice-Governadora  provincial, Maria dos Anjos Mahove. Um outro pastor ,  Elias Chicanhamale   foi   igualmente criticado  por  usar  camisola e chapéus de propaganda do MPLA.

A proximidade destes  dois pastores  da IECA   ficaram também clara na acomodação laboral que beneficiaram das autoridades.  O primeiro  foi colocado  como enfermeiro no Hospital   Ngola Kimbanda e o segundo na direcção provincial das  águas do Namibe.

Informações  nunca desmentidas dão conta que nas  eleições  de 2008,  os lideres províncias da IECA receberam viaturas por parte  das autoridades e os seus secretários províncias passaram a ter a acesso a sala protocolar dos aeroportos em Angola.  Dentro da Igreja, estes  detalhes foram  visto como iniciativas das autoridades  em  valorizar  os seus lideres  religiosos. Porem, a  nível  da sociedade civil o assunto foi referenciado com condição  de subserviente dos pastores.

A IECA já teve a rotulo  de “Igreja dos Ovimbundos” por ter nascido no sul do país e por ter instado instalada nas áreas controladas pela  UNITA  no tempo do conflito armado. Em Março  de 2010, o responsável da IECA em Benguela,  Herculano Tchinganguela,  declinou  fazer parte de um  grupo de entidades religiosas  que iriam,  receber cumprimentos do Presidente da UNITA, Isaías Samakuva   que se deslocou  a cidade das   “acácias rubras.” A acção  do pastor foi vista como uma iniciativa destinada a evitar problemas com o regime.

Uma das figuras religiosas em Angola conotada com  histórico de conotação ao regime  é   o secretario-geral do Conselho de Igrejas Cristãs em Angola (CICA), reverendo Luís Nguimbi. Em Setembro 2008 concorreu a Deputado pela lista do  MPLA. Porem, no seguimento de fortes criticas, alegou em privado,   que o partido do poder fez-lhe “esta partida” sem o ter consultado. O mesmo não explicou como foi que o MPLA conseguiu o seu registro criminal para submeter ao Tribunal constitucional para a sua candidatura ter sido aprovada.

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