sexta-feira, 29 de junho de 2012

Desmobilizados Abortam Manifestação no Lubango


Mais de 500 desmobilizados, das ex-Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA) concentraram-se hoje no no Bairro João de Almeida, na cidade do Lubango, província da Huíla, para uma marcha de protesto em reclamação das pensões que lhes são devidas há 20 anos.
O Fórum Independente dos Desmobilizados de Guerra de Angola (FIDEGA) é responsável pela iniciativa. Segundo o seu presidente, tenente-coronel Manuel Nunes, o FIDEGA decidiu cancelar a marcha, na hora, após ter transmitido, aos seus filiados, o conteúdo do encontro que manteve com o Comando da Região Militar Sul, no dia anterior.
“No período da tarde, de ontem, o tenente-general Tchiloya, reuniu com a nossa direcção e garantiu-nos que, em Julho, a Comissão de Pagamentos estará no Lubango, proveniente de Luanda, para processar os pagamentos dos desmobilizados”, disse o tenente-coronel Manuel Nunes. O tenente-general Tchiloya é o segundo comandante do Comando Militar da Região Sul.
“Por isso, para darmos mais uma oportunidade às autoridades, decidimos cancelar a manifestação”, conta o oficial na reserva.
No entanto, um grupo significativo de desmobilizados, opôs-se à decisão e promete marchar no dia 13 de Julho. O presidente do FIDEGA disse ao Maka Angola que “foi muito difícil convencer os companheiros para não nos manifestarmos. Fui considerado de traidor, por ter comunicado esta decisão”.
Garante, para o dia 3 de Agosto, quatro semanas antes das eleições, a realização da marcha, caso o Ministério da Defesa e o Estado-Maior General do Exército não efectivem os pagamentos das pensões em atraso.
A cada desmobilizado cabe receber um subsídio de 55,000 kwanzas (US $550), segundo procedimentos da Comissão de Pagamento de Subsídios a Soldados e Praças Desmobilizados das ex-FAPLA. A referida comissão continua por esclarecer se este subsídio é um pagamento único ou regular a que cada desmobilizado terá direito, após 20 anos de espera. Ainda que seja apenas um pagamento único (o que certamente causará controvérsia entre os ex-militares), só para os 5,000 filiados do FIDEGA, o montante a disponibilizar equivale a US $2.75 milhões de dólares.
O responsável do FIDEGA refere que, só na Huíla, a sua associação controla 5,000 desmobilizados das ex-FAPLA, espalhados em todo o território provincial, dos 16,000 efectivos desmobilizados na Huíla que, há 20 anos aguardam pelo pagamento das suas pensões. Em Benguela, o número de desmobilizados das ex-FAPLA, nas mesmas condições, ascende aos 18,000 no total, segundo dados do exército.
Como parte das diligências dos ex-militares, o FIDEGA endereçou, no princípio do mês, uma carta ao Comandante-em-Chefe das Forças Armadas Angolanas, o presidente José Eduardo dos Santos, na qual propõe um plano de formação profissional dos desmobilizados. “A ideia é de garantir que os veteranos de guerra possam gerar os seus próprios empregos e rendimentos, sem mais depender do Estado”, considera o tenente-coronel Manuel Nunes.
“Também estamos a tentar aconselhar o Comandante-em-Chefe sobre os abusos de poder no exército e os sinais de enriquecimento ilícito de muitos oficiais. O chefe tem de ver isso. A atitude de protesto dos desmobilizados, que está a crescer, é uma consequência desses abusos”, assevera o interlocutor.
Sobre a eventual repressão da iniciativa dos desmobilizados, à semelhança do que tem acontecido em Luanda, o tenente-coronel garantiu que “aqui na Huíla temos uma cultura de que não precisamos de autorização para nos manifestarmos. Temos de informar apenas. Assim fizemos e a Polícia Nacional foi muito atenciosa. Desde logo garantiu a protecção do nosso roteiro de manifestação”.

General Fantasma na Huíla


Por Lázaro Pinduca:
Grupos de antigos combatentes e veteranos da pátria, na província da Huíla, decidiram exigir, publicamente, explicações sobre a inserção do empresário local Luís da Fonseca Nunes, na Caixa de Segurança Social das Forças Armadas Angolanas (CSS/FAA), com a patente de tenente-general.
O empresário é dos mais bem sucedidos do país. No entanto, os ex-soldados manifestam-se preocupados que o mesmo receba uma pensão mensal vitalícia, na caixa social, como tenente-general, sem ter cumprido serviço militar.
Segundo o presidente do Fórum Independente dos Desmobilizados de Guerra de Angola (FIDEGA), tenente-coronel Manuel Nunes, “temos confirmado que o empresário faz parte da classe de oficiais generais”.
O oficial na reserva explica que, em 2009, “sugerimos ao então primeiro-ministro, general Paulo Kassoma, o estabelecimento de um protocolo legal de denúncias para resolvermos o problema dos oficiais fantasmas e conferirmos maior dignidade ao exército. Há indivíduos que passaram 30 anos a combater e nunca passaram de tenente ou capitão. Não é justo”.
Por sua vez, um alto oficial general colocado na região sul, que prefere o anonimato, confirmou ao Maka Angola, a ostentação da patente de tenente-general, por parte do empresário, e a sua integração na CSS/FAA, onde aufere uma pensão mensal de mais de 300,000 kwanzas (US $3,000) mensais. “Nunca o vi [Luís Nunes] como militar, nunca ouvi dizer que foi militar. Alguns adquirem as suas patentes através de influências junto do MPLA. Deve ser o caso dele. É ilícito”, desabafou o oficial general.
As crescentes reclamações sobre o abandono a que estão votados dezenas de milhar de ex-soldados têm levantado, concomitantemente, a polémica sobre o enquadramento de indivíduos que nunca cumpriram serviço militar.
No manifesto de 17 de Setembro de 2011, endereçado ao chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas (FAA), general Geraldo Sachipengo Nunda, a Comissão de Reclamação dos Sargentos e Soldados não-Desmobilizados das ex-FAPLA, acusava frontalmente o exército de privilegiar, entre outros “os que nunca foram militares do MPLA, UNITA e FNLA” e que hoje “são grandes generais e coronéis no activo e reserva”.
Conterrâneos de Luís Nunes traçam a sua trajectória familiar a partir do município de Caconda, na Huíla, onde nasceu, e garantem que o empresário e actual membro do Comité Central do MPLA, nunca integrou o exército e nunca o viram a envergar uma farda. Samuel Kalandula, antigo combatente, natural de Caconda, manifesta-se com algumas reservas. “Talvez [o Luís Nunes] tenha cumprido a vida militar depois de 1992, antes não. Acompanhámos a sua vida e nunca o vimos fardado ou ouvimos dizer que era militar”.
Em entrevista ao Jornal Expresso e El Economista, em 2010, Luís Nunes, explica como iniciou a sua carreira empresarial em 1989 ao criar, com a sua esposa, o Grupo Socolil, de que é actualmente o sócio-gerente. Desde então, tem-se dedicado à vida empresarial. Ao grupo, juntou a empresa de construção de estradas Planasul que afirmou, ter em carteira, obras avaliadas em US $600 milhões. Para além de várias outras empresas, também é o sócio principal da empresa de construção Omatapalo, onde cruza interesses económicos com o anterior ministro da Defesa e actual titular do ministério dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, general Kundi Paihama. O Grupo Socolil, segundo o empresário, tem rendimentos anuais estimados entre US $150 a US $200 milhões.
Para Laurindo Benjamin, veterano de guerra, a ascenção do empresário a general deve-se, em parte, às suas ligações ao partido no poder e a altas figuras do exército. “Isso entristece-nos muito. Nós que combatemos não somos tidos nem achados”, lamenta o antigo combatente.
Influente e com grande capacidade de manobra, o empresário ascendeu também ao Comité Central do MPLA após a sua candidatura ter sido vetada, a nível local, pela assembleia dos militantes. Em Dezembro passado, Luís Nunes recebeu o galardão de empreendedor do ano, na cerimónia de entrega dos prémios Sirius, um iniciativa da multinacional de auditoria e consultoria Deloitte, baseada no Reino Unido. O jurado do prémio é presidido pelo deputado e membro do Bureau Político do MPLA, Manuel Nunes Júnior, e, na sua primeira edição, distinguiu exclusivamente membros do Comité Central e do Bureau Político desse partido, incluindo o ministro de Estado Manuel Vicente e o Presidente José Eduardo dos Santos.
Segundo o Jornal de Angola, na sua edição de 7 de Dezembro de 2011, o júri, ao justificar a atribuição do prémio Sírius a Luís Nunes recordou que o empresário, durante a guerra, realizou “um esforço suplementar de assunção de riscos e a uma capacidade de empreendimento para concretizar uma operação logística eficiente e segura.”
Sem rodeios, o empresário implantou uma grande fazenda no interior do Parque Nacional do Bicuar, na Huíla, com uma pista de aterragem para as suas duas avionetas. Em princípio, os parques são reservas do Estado e, para além de projectos turísticos, este não permite o seu uso para outros fins.

GPL recusa comunicação do Universitário que pretende fazer greve de fome



Luanda - De acordo com Alcibiades Kopumi, o  “Governo Provincial de Luanda e Comando Proviial, recusaram hoje receber a comunicação em que, satisfazendo uma exigência legal, dava a conhecer a estas entidades sobre a minha pretensão de, como Ex-militar e Estudante Universtário, observar uma greve de fome, de 02 a 04 de Julho do corrente ano”.
Fonte: Club-k.net
Greve em solidariedade   as vitimas do regime
Este estudante  universitário previa realizar a sua greve de fome, no Largo Lumege, à Mutamba, em solidariedade  aos Ex-militares Alves Kamulingui e Isaías Kasule, raptados há um mês, de outros ilegalmente detidos na última manifestação.
Tenciona ainda  exprimir a sua  “ repulsa pelos assassinatos de dois Ex-militares, na sequência da já aludida manifestação, bem como da jovem universitária, grávida de seis meses, que deixa viúvo e uma menina de 2 anitos, que tal como o pai assistiram o hediondo crime”.
“Fiz a minha parte e estou decidido. A greve começa mesmo no dia 02, como previsto”, anunciou Alcibiades Kopumi.


Militar da UGP mata mulher grávida



Luanda - Naquele momento nem Adão Manuel, o esposo da agora malograda Manuela Canga Manuel, quis acreditar que aquela mulher ensanguentada ao seu colo era a sua esposa com quem em segundos conversava e perspectivava o futuro. As primeiras horas de quinta-feira, 21, Adão Manuel fazia quase religiosamente o mesmo trajecto ao volante de uma viatura de marcava Rav4, para na Avenida 21 de Janeiro levar a esposa a universidade Independente e posteriormente levar a filha a creche.

Fonte: Angolense
Nada, mas nada mesmo previa que aquele dia seria diferente, porém, no mesmo local, por ironia do destino, uma mulher de nacionalidade russa, que minutos antes acabara de levantar 15 mil dólares norte-americanos de uma dependência bancaria situada naquela zona, isto é, município da Samba, bairro Morro Bento, nas imediações das instalações da Unidade de Guarda Presidencial (UGP), a mesma era vítima de um assalto perpetrado por um grupo de marginais.

Para evitar que tal acontecesse aquele efectivo da UGP numa atitude raramente vista, pois não existe relatos que um efectivo daquela unidade militar saíra em defesa de um cidadão, mas desta vez, um militar tentou abortar o assalto a cidadã russa abrindo fogo contra os supostos meliantes.
Resultado: nenhuma das munições atingiu os marginais e, como senão bastasse, uma das balas atingiu mortalmente na região da cabeça de Manuela Manuel, de 30 anos de idade, com seis meses de gestação. A vítima encontrava-se na viatura em direcção a escola na presença do marido e da filha de 2 anos, que até ao momento está traumatizada.

Contam testemunhas que tão logo Manuela foi atingida, o marido parou o carro e dirigiu-se a  um elemento da UGP para obter satisfações, mas aquele militar ao que parece, não se coibindo pelo acto involuntário que cometera, perante o marido desesperado e aos “prantos” a clamar por ajuda, o terá também ameaçado “não dá mais nenhum passo”, disse o militar com ar de pouco amigo.
Perante tal quadro, Adão regressou para viatura no intuito de socorrer a esposa, mas sem sucesso, porque a mesma deu entrada na clínica Multiperfil já sem vida.  Na quarta-feira, 26, Manuela foi a enterrar no cemitério da Santa Ana, enquanto o paradeiro do militar da UGP ainda é considerado desconhecido.

Familiares da vítima denunciaram a este jornal que no período em que o corpo de Manuela permaneceu na clínica Multiperfil, elementos não identificados a calada noite retiraram do local o cadáver e o levaram ao Hospital Maria Pia, onde foi submetido a uma autópsia, sem permissão dos familiares e, como senão bastasse, os familiares estão a ser ameaçados para permanecerem calados.
Os familiares das vítimas clamam por justiça. Estamos recordados que em tempos idos um jovem identificado por Cherokee foi torturado até a morte por doze efectivos da UGP, na Ilha do Mussulo, por ter cantado uma música do Rapper MCK que critica o actual regime, mas espantosamente os envolvidos neste caso encontram- se em liberdade. A grande questão que se levanta é se os militares da UGP são impunes?

Manifestação na TPA à vista



Luanda - Ainda nem tomou posse, o novo PCA da TPA, Hélder Bárber já começou a asfixiar os funcionários da TPA. A primeira medida que tomou, foi orientar o seu seguidor fiel, Jorge Bidima, o ainda Director Financeiro, para cancelar o novo salário que se previa pagar ainda este mês, pelo então Conselho de Administração liderada pelo Engº António Henriques da Silva. A medida vazou aos ouvidos dos trabalhadores, e quase todos estão decididos em alinhar para uma manifestação na sede do partido MPLA.

*Márcio  Rodrigues
Fonte: Facebook Club-k.net
Os fazedores de televisão na TPA dizem que ainda não digeriram a injustiça a que foram submetidos ao exonerarem prematuramente o CA, sob comando de Tony Henriques da Silva, que sabiamente soube melhorar as relações pessoais e resolver muitos dos problemas que afligem os trabalhadores, a se concretizar a intenção de Helder Barber, avizinha-me um clima muito negro na empresa.
Alguns quadros com formação superior pensam em abandonar a empresa porque estão cientes de que os enviados de Rabelais não trarão nada de novo. Quando estiveram à frente dos destinos da empresa, a sua gestão foi um caos. Boa parte é militante do MPLA, mas vai dizendo nos corredores que o seu voto terá outro destino e muitos estão decididos em mobilizar as suas famílias e não só, para virarem as costas ao maioritário na hora do voto. Uma fonte diz que, em nada beneficiam continuar apoiar o MPLA.

Ao contrário tem contribuído para a sua desgraça. Quase todos não têm casa, muito menos transportes. Os apresentadores andam de taxi correndo muitos riscos e nada fazem. O CA de Tony estava com bons projectos para mudar o quadro, mas a medida do MPLA de aborta-los, indicando saqueadores de recursos públicos para dirigirem a empresa, irritou em grande medida os funcionários.