quinta-feira, 24 de maio de 2012

OMUNGA responsabiliza Presidente da República pelo clima de violência no país



COMUNICADO DA OMUNGA
Benguela - É com enorme e estranha preocupação que a OMUNGA registou a bárbara ação levada a cabo na noite de 22 de Maio de 2012, por milicianos contra jovens ligados à organização das manifestações em Luanda.
De acordo à informação a que tivemos acesso, “um grupo de cerca de 15 indivíduos afectos às milícias pró-governamentais, armados com pistolas, catanas e varas de ferro, atacou esta noite o núcleo de jovens que tem liderado a organização de manifestações anti-Dos Santos, desde Março de 2011.

Pouco depois das 22h00, os atacantes irromperam, de surpresa, a residência do rapper Casimiro Carbono, no Bairro Nelito Soares, em Luanda, onde se encontravam reunidos 10 jovens.

De pistolas em punho, os atacantes espancaram violentamente Gaspar Luamba, Américo Vaz, Mbanza Hamza, Tukayano Rosalino, Alexandre Dias dos Santos, Jang Nómada, Massilon Chindombe, Mabiala Kianda, e Explosivo Mental. O anfitriao, Casimiro Carbono, escapou aos ataques por ter saído pouco antes para atender a um telefonema.”, conforme se pode ler no site Maka Angola http://makaangola.org/2012/05/milicias-pro-dos-santos-atacam/

De a cordo à mesma fonte e confirmado telefonicamente com Carbono Casimiro, “Afonso Mayanda ‘Mbanza Hamza’, 26 anos, explicou como os agressores, mal abriram a porta, executaram, de forma profissional e rápida, os ataques. “Bateram-me com uma vara de ferro na cabeça e em todo o corpo, e apontavam as pistolas para não reagirmos à pancadaria”, disse Mbanza Hamza. O jovem sofreu fracturas na cabeça, que levou 12 pontos, e no braço direito.

Gaspar Luamba também foi severamente atingido na cabeça com vara de ferro, tendo levado oito pontos, e ficou com os membros inferiores fracturados com a pancadaria. Um dos delinquentes pró-regime também assestou uma barra de ferro na cabeça de Jang Nómada, causando-lhe grande ferimento, para além da pancadaria que recebeu por todo o corpo.

Por sua vez, o rapper Jeremias Manuel Augusto ‘Explosivo Mental’, 25 anos, ofereceu resistência aos ataques na cabeça e acabou com os braços inflamados, um dedo da mão direita fracturado, e hematomas por todo o corpo.
Massilon Chindombe, que procurou refúgio no quarto, contou como um dos assaltantes lhe apontou a pistola quando tentava fechar a porta. ‘Gritámos que estávamos a chamar a polícia e ele riu e respondeu ‘qual polícia’?’ O activista conta que, após o ataque levaram as vítimas ao Hospital Américo Boavida. ‘O Luamba e o Mbanza Hamza perderam muito sangue e estavam semi-conscientes. No hospital um dos enfermeiros começou a suturar o Luamba sem anestesia ou cuidados básicos de higiene. Tivemos de ir para uma clínica privada’, explicou.”

Ainda na mesma fonte, pode-se acompanhar, “ao retirarem-se do local do crime, as milícias, segundo várias testemunhas oculares, efectuaram três disparos para afugentar a vizinhança que se começava a reunir na rua, e o fizeram em viaturas Land-Cruiser alegadamente atribuídas a oficiais da Polícia Nacional”.

Pelo exposto, a OMUNGA lembra ter enviado há menos de um mês uma carta aberta dirigida à Comandante Provincial da Polícia Nacional de Luanda a responsabilizá-la sobre a proteção do jornalista Coque Mukuta que vivia ameaças de vida. Desta forma, responsabiliza também a Comandante Provincial da Polícia de Luanda, pela segurança de todos os jovens envolvidos na organização de manifestações em Luanda.

Ao mesmo tempo, responsabiliza o Presidente da República por todo este clima de violência e de amedrontamento que se está a “incendiar” por todo o país, principalmente em vésperas de eleições.

José António M. Patrocínio
Coordenador

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