quarta-feira, 4 de abril de 2012

«que a antiga funcionária do Banco Atlântico (hoje Millennium BCP)… pelos crimes de burla qualificada e abuso de confiança»


Bancária nega intenção em caso de burla milionária
Antiga catequista de Valbom recusou responder a perguntas sobre crimes

Publicado em 2010-04-20. NUNO SILVA. JN

"Tenho bem presente, sempre tive e continuarei a ter que nunca tive a intenção de prejudicar quem quer que fosse", disse, ontem, segunda-feira, em tribunal, a ex-gestora bancária de Valbom (Gondomar) acusada de esquema que lesou clientes e BCP em 10 milhões de euros.
Foi com uma curta declaração, sem direito a perguntas, que a antiga funcionária do Banco Atlântico (hoje Millennium BCP) começou a responder, no Tribunal de Gondomar, pelos crimes de burla qualificada e abuso de confiança, na forma continuada, também imputados a dois empresários do ramo farmacêutico.
Jesuína N., de 55 anos, que foi catequista na paróquia de Valbom, limitou-se a negar a intenção de cometer crimes e realçou o facto de ter prestado colaboração no processo, fornecendo as "informações" que lhe foram solicitadas. A mulher realçou, ainda, o sofrimento "moral, psíquico e físico" por que tem passado.
Em relação aos factos que lhe são atribuídos, nada mais adiantou. O Ministério Público acusa-a de ter desviado dinheiro de clientes, depois de convencê-los a investir em aplicações vantajosas, com promessa de juros superiores. As verbas terão tido outros destinos, como as contas de um dos arguidos, seu amigo próximo, que pretendia, na altura, adquirir as quotas de uma empresa de produtos farmacêuticos. A fraude terá durado entre 1997 e 2002 e só foi descoberta quando os prazos dos depósitos começaram a expirar, para desespero dos lesados - cerca de uma centena, muitos deles reformados que perderam as poupanças.
João M., o empresário que mais terá beneficiado do esquema, também só quis prestar uma breve declaração, alegando que recorreu à bancária por dificuldades no financiamento da sua actividade e que agiu sempre "convicto" de que poderia pagar todo o dinheiro "emprestado". Um terceiro reú, José M., sócio de João, reclamou inocência, dizendo que tratava da logística da firma e não da contabilidade.
Na sessão ficou a saber-se que várias vítimas desistiram das queixas e dos pedidos de indemnização, por terem sido ressarcidas, ao abrigo de um "contrato" celebrado pelo banco com Jesuína e João. O juiz pediu uma listagem actualizada desses casos.
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Policia/Interior.aspx?content_id=1548367
Imagem: Postado por Augusto Barata às 06:47 19 comentários. Marcadores: Charge
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