quarta-feira, 4 de abril de 2012

PR acusa oposição de usar "espantalho da desconfiança" nas eleições em Angola


Luanda - O Presidente angolano José Eduardo dos Santos defendeu hoje em Luena, leste de Angola, o trabalho da Comissão Nacional das Eleições na organização da votação de setembro e desvalorizou as críticas da oposição ao processo.

Fonte: Lusa
"Não vale a pena usar o espantalho da desconfiança e da fraude para perturbar a preparação das eleições", acentuou José Eduardo dos Santos, que intervinha na cerimónia que assinalou hoje no Luena o 10.º aniversário do fim formal da guerra civil.
O Governo angolano e a guerrilha da UNITA assinaram a 04 de abril de 2002 o Memorando de Entendimento, documento que formalizou o fim do estado de guerra que vigorou quase ininterruptamente em Angola desde a independência, em 1975.


Segundo o Presidente angolano, a CNE está a desenvolver as medidas indispensáveis para garantir que o escrutínio, ainda sem data marcada, mas que deverá realizar-se em setembro próximo, decorra com êxito.
A oposição parlamentar, designadamente a UNITA, PRS e FNLA, têm repetidamente criticado a nomeação de Suzana Inglês para a presidência da CNE, alegando que não preenche os requisitos legais e que é próxima do partido no poder.
Depois de várias iniciativas frustradas pelo Conselho Superior da Magistratura Judicial e pelo Tribunal Supremo, aqueles partidos da oposição apresentaram há cerca de três semanas um último recurso, junto do Tribunal Supremo, para reverter a nomeação e, defendem, imprimir seriedade e legalidade ao processo de organização das eleições.
"Em vez de procurarmos truques, manipulações para atrapalhar aqueles que estão a trabalhar e consolidar a democracia, é melhor organizarmo-nos para aperfeiçoar a fiscalização de todo o processo eleitoral e assegurar a sua transparência em conformidade com a lei na base da honestidade", defendeu hoje José Eduardo dos Santos.
O Presidente angolano, que é também líder do MPLA, partido no poder desde a independência, recordou que esta formação partidária conta com "vários milhões de membros", razão pela qual é o "mais interessado em ver eleições livres, justas e transparentes" realizadas no país.
"Nós não precisamos da fraude, truques ou batota, pois o MPLA é um partido muito grande e forte", sublinhou.
Na sua intervenção, proferida no Largo 1º de Maio, repleto de populares, José Eduardo dos Santos anunciou que o Programa de Reconstrução Nacional será concluído no início de 2013, antecipando em dois anos o inicialmente previsto.
A título de exemplo destacou o facto da linha do Caminho-de-Ferro de Benguela, proveniente do porto do Lobito, na província centro litoral de Benguela, estar já muito próximo de Luena.
"Espero que em agosto próximo possamos voltar cá para inaugurar a estação do caminho-de-ferro", prometeu.
As celebrações do 10º aniversário incluíram a inauguração, em Luena, de um monumento alusivo ao fim da guerra civil, em que duas mãos, em posição vertical, seguram uma pomba branca, de asas abertas, simbolizando a chegada da paz definitiva a Angola.
A província do Moxico foi uma das mais devastadas pela guerra civil angolana e ainda aquela onde o líder histórico da UNITA, Jonas Savimbi, morreu em combate, a 22 de fevereiro de 2002, abrindo as portas ao fim do conflito armado.

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