segunda-feira, 30 de abril de 2012

com a grande corrupção que sequestra a riqueza nacional e com a pequena corrupção, Maurilio Luiele. Facebook


O poder a qualquer preço, a riqueza a qualquer custo, o prazer a qualquer momento, a ostentação da riqueza material injusta e do luxo são os falsos valores que, grande parte dos meus concidadãos da elite política e económica angolana transmite para os mais jovens, por seu exemplo de vida.
O dinheiro não deve ser um fim em si mesmo; o sucesso material não é nem o mais importante nem muito menos o único objetivo na vida; e o poder mais que um privilégio acarreta sempre uma responsabilidade moral.
Qualquer projecto nacional que se conceba para Angola deve incluir pois, entre suas ações mais prioritárias, a recuperação do tecido moral da nossa sociedade.
Somente com uma intensa e criativa política de protecção da família, de valorização da educação, de consolidação da identidade nacional e de estímulo a um patriotismo sem xenofobias, será possível reverter a actual situação de desagregação de valores a que chegamos.
Mas tudo isso – que não é pouco – é ainda insuficiente, se nossos mais velhos, nossos líderes e governantes não demonstrarem, por seu exemplo pessoal, seu respeito e comprometimento com esses valores.
São essas perdas e atrasos que alimentam o desejo de mudança no espírito dos angolanos. Este desejo de mudança, é bom que se diga, não vem do ódio nem da hostilidade.
Vem, isso sim, do cansaço com as falhas e erros que se cronificam, com a inversão das prioridades, com a grande corrupção que sequestra a riqueza nacional e com a pequena corrupção, sem a qual a máquina administrativa ignora o cidadão comum, com a certeza da impunidade, que torna o menor dos funcionários públicos num déspota, e o cidadão comum num súdito humilde, quando não assustado.

Isaias Samakuva

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