“O indivíduo que está nas mãos dos homens da Renamo é um infiltrado do SISE que se fez passar por desmobilizado da Renamo para ter acesso às reuniões com o presidente Dhlakama. Mas tarde, o mesmo viria a ser neutralizado por comportamento estranho. Depois de interrogado, confessou ter sido mandado pela Frelimo”, Fernando Mazanga
Maputo (Canalmoz) – O partido Renamo responsabiliza o partido Frelimo e o Serviço de Informação e Segurança de Estado (SISE) pelo clima de alta tensão que se instalou há mais de duas semanas entre as partes, em Nampula. A situação continua muito tensa e com incertezas à mistura. Em conferência de Imprensa realizada na manhã de ontem em Maputo, o porta-voz da Renamo, Fernando Mazanga, disse que o maior responsável pelo alvoroço em Nampula é o Governo que tem enviado membros do SISE para Nampula, para, com a ajuda da Polícia, sitiar a residência do líder da Renamo, Afonso Dhlakama.
Sobre o indivíduo (a Polícia diz que o seu nome é Emane Buatão, de 46 anos e a Renamo dá outro nome parecido) que está há mais de 20 dias sob custódia dos homens da Renamo, Mazanga disse que se trata de um infiltrado que se fez passar por desmobilizado da Renamo para ter acesso às reuniões com o presidente Dhlakama. Mas tarde, segundo Mazanga o mesmo viria a ser neutralizado por comportamento estranho. O porta-voz da Renamo diz que o seu partido está a agir dentro da legalidade, não tendo revelado o dia em que o “infiltrado” será libertado.
A Renamo aponta ainda o dedo acusador ao presidente da República, Armando Guebuza, pela tensão político-militar que está a por a cidade de Nampula em pânico. “Não se compreende como é que o Presidente da República na sua qualidade de comandante em Chefe das Forças Armadas vai permitir a movimentação de homens armados da FIR e do SISE para irem semear terror em Nampula. O envio da força militar para Nampula destoa com o discurso de paz que apregoa”, disse Mazanga que esclarece que não são os homens da Renamo que estão a criar terror em Nampula. Mazanga afirma que “o Governo da Frelimo” tem estado a usar propaganda enganosa, correndo-se o risco de se meter, outra vez, armas em política. (Matias Guente)
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