sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Os deportados dos três Congos (2)





Se os intelectuais não vierem paras as ruas lutarem, a ditadura avançará imparável. E com gatos-pingados nunca se construirá nação. É notável a dispersão de cargos do intelectual: empresário, deputado, jornalista, escritor, poeta, jurista, analista político, doutor, docente universitário, consultor de qualquer coisa, etc.



E os cães ferozes à solta exterminarão os negros? Como monstros que atacam traiçoeiramente. Isto não é Luanda, não é Angola, é o inferno. E a ocidental democracia, onde está ela? Nos poços petrolíferos e diamantíferos. Mais uma tragédia se anuncia. Angola está retalhada, esfarrapada. O lixo é mais valioso que a população. E avantaja-se o receio que os mesmos angolanos de sempre no poder e a sua estrangeirada exterminem os negros para pilharem à vontade. Isso já aconteceu antes, porque não agora?! E bate certo porque o actual poder conluiado com estrangeiros já lança esquadrões da morte contra a indefesa população, ou ataques muito desproporcionados.



O feitiço do Ruanda uniu-nos quando abracei a minha querida amiga Tatiana Rusesabagina. Resta sempre a lembrança da Ocidental matança Que as guerras dos negros só a eles pertencem. Têm o direito ancestral adquirido de se matarem como bem entenderem. É a guerra deles, é entre eles. Que se matem, que óptimo! Exterminarem-se! Quantos mais melhor porque incomodam muito. São desvios da civilização, convertidos à força, à forca do cristianismo.



Como sempre os Brancos fugiram. Deixaram, abandonaram nas ruas feitas de pó, que não se comoviam perante o necrotério. Cemitério ao ar livre com improvisados, massacrados, esquartejados. Assim ficaram os corpos, e os seus restos abandonados. Desprotegidos, entregues ao sol que no solo os requeimava, os decompunha. Tudo tão irreal, como sementes lançadas à terra sem estar lavrada.



Agricultores loucos que plantam cadáveres e aguardam que nasçam plantas para renovar, continuarem a matar. Estimular o ódio para que sirva de pretexto ao genocídio. E depois apelidá-lo de Estados Bárbaros. Antes eram as cruzadas para libertar Jerusalém, agora são para libertar Negros. E todos os dias há Cruzadas negras, matanças de pagãos. Cadáveres espalhados, habituados porque perderam a importância, ganharam o desprezo da abundância. Os três congos são um Ruanda diário.



Os campeões da democracia são perenes na convivência, conveniência, apoiam as ditaduras amigas que garantem a sua sobrevivência. É como a literatura militante que defende o passado. Obscurece o presente, elimina o futuro. Somos nómadas, passamos o destempero a fugir dos tiros, das catanas e dos pneus de fogo. Somos alimento para chacais, hienas e abutres. E os partidos políticos partem-se na mama da dinheirama. Há muitos brilhos nos três congos, mas os sonhos permanecem escuros, muito obscuros.



Nunca pensei ver uma coisa assim, num país dito independente. Militares da UGP-Unidade da Guarda Presidencial, policia anti-terror, polícias com cães e muitas outras feras humanas assaltarem populações para arrasarem tudo. E o mais grave: proíbem a imprensa de entrar nas áreas destruídas. Isto é um hediondo crime. Onde está o Ocidente que não denuncia o que se passa? O silêncio ocidental é cúmplice deste atroz crime. Angola, particularmente Luanda, estão a saque. O lixo do poder humano mora aqui.



Os brancos diziam e lembram sempre: correram com os brancos, são independentes. Agora, guerra é entre os negros. E os proletários de todo o mundo vencerão esfomeados. Não é imaginável que a civilização actual regredisse. Assim, caminhamos para onde? Para o não significado da vida humana? Onde quem quer que seja, mata o outro a bel-prazer? Caminhamos para uma humanidade sem sentido? Sem futuro? Sem fim à vista? Creio que o que se pretende é instaurar mais um reino universal da maldade das trevas. De violentar bebés? Crianças? De destruir por puro prazer? Impor o reino da bestialidade é preciso!


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