terça-feira, 27 de outubro de 2009

A Epopeia das Trevas (59)




As janelas das ondas do mar abriram-se de par em par
Alagaram a História
sagrada do mar alto, andam fora de mim.

Vivo num mar sem rosas
A areia molha-se, remolha-se, recolhe-se, rebola-se
Voltar ao que sempre foi, não ao que é
Caminho para… desço uma escada sem fim
Outra onda grande cresceu, é outro maremoto

Em Gandhi a inteligência prevaleceu, e venceu.

A cólera impacientava-se, queria escoar-se, faltava-lhe liquidez. O céu auxiliou-a, enviou-lhe chuva hip-hop. Já vitimou mais de três mil. Contaminou, facilmente contaminará.

Novos-ricos Politburo de má nota desbastam nas andanças das festanças, caixas desapossadas, avolumadas com notas de cem dólares.

Seitas religiosas mandam lançar no mar os espíritos falecidos. Muitas almas errantes pairam sob as águas. Dizem que não se pode ir para essas praias porque as almas perdidas nos espantam.

Os Politburo quando se dirigem para os seus carros, ou deles saem, fazem-no com imensa cautela. Espreitam para todo o lado, com receio que os Órfãos os ataquem. Os Politburo têm sempre seguranças Jingola armados que os protegem.

Pelo rumo que as coisas tomam, caminham, com os líderes que governam o mundo, é mais uma civilização, esta dos tempos globais, que desaparece. É notável o ostracismo dos intelectuais Jingola, parecem dementes, coniventes. Onde estão os seus cérebros? Provavelmente perdidos nas florestas de betão.

Sim, eles deixaram de pensar, porque já não têm bosques, árvores, falta-lhes o oxigénio purificador que alimenta o pensamento.

Preparei a minha tanga, o arco e flechas.

Não sei onde estou, o que sou, acho que me perdi no tempo, ou o tempo perdeu-me. O que serei, o que será de mim?!

Vão-me plastificar na civilização do saco de plástico.

Jingola… onde qualquer gato-pingado aventureiro, é doutor, engenheiro.
Jingola dos ministros e vice-ministros. Onde há muitas vozes de comando, desumaniza-se o mando.

O culpado de tudo é o mar, fez as civilizações soçobrar, colonizar.
Escondeu-me o carvalho, o quetzal, e o Manitu. Regozijou-me com Kalunga, mukeka, e missosso… Consolou-me com a Cruz… neocolonizou-me.

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